segunda-feira, 27 de outubro de 2014

A relação dos franquias com o modelo Free-to-Play

O relativamente recente modelo Free-to-Play  (F2P) de jogos está cada vez mais se espalhando pela indústria dos games a atingindo também empresas grandes que, nos últimos anos, começaram a realizar alguns experimentos para descobrir a viabilidade do seu uso. No entanto, podemos reparar que existem diferentes maneiras, bem como motivações, para se adotar o modelo, bem como de fazê-lo funcionar.
Embora o nome F2P passe a impressão de que um jogo seja absolutamente gratuito, isso está longe de ser realidade. Por causa disso, inclusive, a Comissão Europeia mandou lojas online como Google Play e Apple Store removerem a categoria “Free”, justamente devido a inúmeras reclamações de jogos supostamente gratuitos em que boa parte das funções eram liberadas apenas via microtransações. Contudo, há também uma versão alternativa: o game permite liberar recursos por meio de jogatina exaustiva, ainda que ofereça a opção de compra.
Alguns dos jogos mencionados a seguir foram retirados da lista “12 Familiar Franchises You Didn't Realize Went Free-to-play”, elaborada pelo jornalista Kyle Hilliard, do site GameInformer. Diferente da fonte, no entanto, aqui procuramos abordar mais sobre o modelo do que os jogos especificamente, estes servindo apenas como referência. A lista montada pelo site foi a seguinte:
  • F.E.A.R. Online;
  • Tekken Revolution;
  • Ace Combat Infinity;
  • Soulcalibur: Lost Swords;
  • Ghost Recon Phantoms;
  • Battlefield Heroes;
  • Battlefield Play4Free;
  • Steel Diver: Sub Wars;
  • Quake Live;
  • Counter-Strike Nexon: Zombies;
  • Dungeons & Dragons Neverwinter;
  • Tribes: Ascend.

Experiência com o modelo

Empresas japonesas geralmente tendem a ser um pouco mais tradicionais e evitar investimentos arriscados. Mesmo assim, você pode ver a Nintendo experimentando o modelo com Steel Diver: Sub Wars. Nele, o jogador tem acesso a submarinos de baixa potência e joga livremente, enquanto os mais poderosos são adquiridos via microtransações. Disponível para 3DS desde fevereiro, ainda não se sabe se haverá outras tentativas da Big N no modelo, nem se ele está fazendo sucesso com ela.

A Bandai Namco lançou dois jogos de grandes franquias seguindo a proposta grátis, mostrando que provavelmente viu bons resultados, já que apostou em Soulcalibur: Lost Swords e Tekken Revolution. O primeiro deixa o jogador coletar peças para montar novas espadas ou melhorar as atuais, sendo possível encontrar os itens ou comprá-los. Em Tekken, a quantidade de lutadores é limitada, sendo possível comprar os demais.

Amostra grátis?

Diferente de jogos completos disponibilizados gratuitamente, F.E.A.R. Online parece mais apenas um pedaço do título que foi removido e transformado em algo separado. Neste caso, o modo multiplayer do jogo original é o que lhe constitui, muito embora haja um modo de história, servindo como suplemento de F.E.A.R. 2: Project Origin. Ghost Recon Phantoms também possui uma proposta nessa linha.
Modelo similar de versões gratuitas de grandes franquias incluem também o já antigo Battlefield Heroes e Battlefield Play4Free. Nenhum dos dois oferece a qualidade disponível nas instalações recentes da franquia, como Battlefield 3 e 4; porém, servem como uma maneira de você jogar algo gratuito que é “Battlefield”, embora visualmente simplificados e com limitações para quem não paga.

Counter-Strike não precisaria de muito para trazer os jogadores de volta, tanto que Global Offensive é pago. Entretanto, Counter-Strike Nexon: Zombies oferece gratuitamente uma fórmula diferente do game, colocando os jogadores para atirar contra zumbis ou, então, tentar morder os soldados ainda vivos do time adversário.

Renascendo das cinzas

Alguns jogos a gente nunca esquece: seja por ter jogado durante muito tempo durante a infância e adolescência, pela qualidade excepcional para a época ou, também, devido à sua história marcante. Infelizmente, muitos títulos assim simplesmente somem do mapa, ficando apenas na memória ou, então, sendo jogados em suas versões antigas.
Embora seja possível reviver um game assim no formato tradicional, algumas desenvolvedoras optaram por fazê-lo ao liberar o jogo gratuitamente. Caso similar envolve Quake Live, pois é baseado em Quake III Arena e, no início, rodava apenas via navegador. Como não ofereceu melhorias gráficas significativas, essa escolha faz sentido. Seu modo de ganhar dinheiro é oferecer uma assinatura que dá aos jogadores o poder de criar salas, por exemplo.
Uma franquia que influenciou bastante Halo foi Tribes, cuja proposta é bem similar. Ela marcou o início do multiplayer online do gênero FPS, mas acabou um pouco esquecida com o tempo. Em 2012, ela voltou como Tribes: Ascend, com gráficos muito  bonitos, novos modos de jogo e novas mecânicas de combate. Nesta situação, adotar o modelo gratuito é justificado por chamar a atenção: com grande qualidade, é estranho o game ser grátis, não é mesmo?
Dungeons & Dragons Online é um MMORPG gratuito cujas expansões e conteúdos adicionais são pagos, deixando apenas a história “principal”  do jogo à disposição. Contudo, o game já é muito velho e, ainda que adicione novidades constantes, seus gráficos antigos não agradam aos jogadores mais exigentes. Nesse sentido, D&D Neverwinter chegou com gráficos lindos, jogabilidade interessante e igualmente gratuito. Ainda assim, suas limitações são severas.

Para baixo, todo santo ajuda

Falando em MMORPGs, Star Wars: The Old Republic foi um sucesso estrondoso entre os fãs do gênero e da série durante os primeiros meses de lançamento. Porém, não demorou muito para os jogadores começarem a abandonar o game. A razão? Sua jogabilidade não inovava o gênero e era apenas “mais do mesmo”. Além disso, a falta de atualizações constantes também serviu para que os jogadores mais empolgados lhe largassem.

O fato de ser restrito para jogadores da Europa e América do Norte foi um fator decisivo para atrapalhar o crescimento do jogo. Além disso, ter inicialmente adotado o modelo de assinaturas mensais também fez muita gente se afastar do MMORPG. Depois de fundir servidores quase desabitados para evitar perdas ainda maiores, eis que SW: TOR se tornou gratuito.
Contudo, o número de restrições impostas aos jogadores é tão grande que praticamente lhes obriga a voltar ao modelo pago. Então, embora seja uma forma de “amostra grátis”, este modelo de jogo gratuito foi adotado apenas na tentativa de salvar um MMORPG com grande potencial e que começou muito bem. Nesse aspecto, muita gente acredita que World of Warcraft acabará seguindo essa linha; porém, os números recentes não indicam que isso esteja próximo.

F2P e nem notamos

Conforme o estilo de anúncio, muitas séries acabam se tornando “gratuitas” e o público nem percebe. Acima foram dados apenas exemplos dos diferentes estilos de Free-to-Play; e você: quais foram os games que viraram gratuitos (e a repercussão disso) mais marcantes, na sua opinião?

Blog de Games GVX

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